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O cibercrime causa tantos danos quanto os crimes convencionais e, segundo especialistas, com o advento de novas tecnologias, incluindo a própria tecnologia da internet, este problema só tende a aumentar.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, vimos o trabalho remoto crescer de maneira rápida e despreparada na esperança de manter seus negócios ativos, com pouco impacto operacional. Isso foi um prato cheio para os cibercriminosos, que se aproveitaram desse momento para aumentar os ataques.
Havia uma esperança de que, com o fim da pandemia, os ciberataques diminuíssem. Porém, é provável que o trabalho remoto permaneça para grande parte das empresas, que viram muitos pontos positivos nessa nova modalidade de trabalho. Somando isso com a popularização de tecnologias de internet cada vez mais potentes, como exemplo o 5G, os cibercriminosos poderão executar varreduras cada vez mais rápidas das redes em busca de vulnerabilidades e as explorarem.
Segundo Algirde Pipikaite – especialista em política de segurança cibernética e transformação digital do Fórum Econômico Mundial (WEF) – em uma entrevista para o CyberNews:
“Prevê-se que o cibercrime aumentará independentemente da pandemia. Vimos números que mostram os danos do crime cibernético se tornando tão altos quanto todo o tráfico de drogas combinado”.
Novos desafios durante a pandemia
Todos os dias, os riscos e desafios aumentam gradativamente para todos aqueles presentes no mundo digital.
Muitas empresas que tinham planos de implementar digitalização em alguns anos, tiveram que implementar em uma ou duas semanas quando a pandemia de COVID-19 estourou.
Parece ser algo simples e fácil colocar funcionários e clientes para se conectarem online, e pode até ser, mas somente se isso for planejado, aplicando todas as medidas de segurança possíveis e, principalmente, orientando o colaborador sobre os cuidados que devem ser tomados para não colocar a empresa e ele mesmo em risco. Mas não foi assim que aconteceu.
Como já citado, as empresas precisaram se virar em uma ou duas semanas para garantir que as operações comerciais e governamentais continuassem funcionando sem que seus colaboradores corressem o risco de se expor ao vírus.
Muitas dessas empresas não estavam preparadas para isso, o que forneceu um incrível número de caminhos para que os cibercriminosos entrassem em suas redes.
Migrando para o home office, a maioria dos funcionários passou a usar seus próprios dispositivos e suas redes de internet, possivelmente com lacunas graves de segurança. Isso caracteriza um excelente ponto de entrada para ciberataques.
Enquanto as organizações enfrentavam esses novos desafios e buscavam orientar e implantar soluções de Cibersegurança, o cibercrime cresceu de maneira assustadora durante os primeiros meses de pandemia.
Os golpes mais utilizados pelos cibercriminosos são phishing e engenharia social, ambos relacionados a COVID-19. Isso porque, nos primeiros meses de pandemia, as pessoas estavam assustadas e preocupadas, procurando informações sobre o vírus. Os cibercriminosos viram neste cenário, uma grande oportunidade para aplicar golpes de maneira rápida, fácil e praticamente sem custos. Passaram a enviar e-mails, textos ou chamadas utilizando o novo vírus como tema para disseminação de ameaças com o objetivo de capturar dados pessoais ou corporativos.
Muitas pessoas no mundo todo, infelizmente, acabaram caindo nesses golpes por falta de orientação. Esse foi um dos maiores desafios das empresas, orientar seus colaboradores a estarem atentos para não clicar ou baixar arquivos sem analisar sua procedência.
Trabalho remoto é a nova tendência
Muitas das empresas, em todo o mundo, ainda não retornaram aos escritórios, mantendo seus funcionários trabalhando remotamente, pois ainda não há uma vacina para a COVID-19.
Portanto, é necessário repensar a digitalização, já que não é mais uma solução de duas semanas ou dois meses, mas sim algo que veio para ficar.
Grandes organizações, como Apple, Google e Facebook, anunciaram aos funcionários que não voltarão ao trabalho em escritório, pelo menos até o próximo verão. Isso significa que por mais um ano essas empresas estarão operando digitalmente em todo o mundo.
Outras empresas não tão grandes também já afirmaram que permanecerão operando remotamente por tempo indeterminado. Há ainda aquelas que dizem que mesmo após a pandemia, permanecerão na modalidade de trabalho remoto, pois viram muitos pontos positivos nisso.
Isso significa que os mecanismos de Cibersegurança devem ser repensados, o treinamento dos funcionários deve ser colocado em prática, para lembra-los da importância de nos mantermos vigilantes, analisando criticamente tudo que é recebido e acessado, questionando-se se pode ser algo malicioso antes de abrir ou clicar em algo.
Redes 5G, o novo desafio da segurança digital
Dispositivos conectados estão constantemente vigiando e coletando dados, independente da velocidade da rede, porque é para isso que eles foram projetados.
Porém, com a chegada do 5G, o ritmo irá mudar, pois a conectividade será imediata, não haverá nenhum lag entre o dispositivo de comunicação e a rede.
Com a velocidade aumentando dessa maneira, os cibercriminosos serão capazes de escanear tudo e encontrar vulnerabilidades com muito mais rapidez. É nisso que se deve pensar em nível internacional, regional e nacional. Até mesmo como organização.
Anos atrás, as fábricas provavelmente não precisavam pensar muito em segurança digital, pois a maioria de suas máquinas não estava conectada à internet. Mesmo que estivessem conectadas, a conexão era lenta, se houvesse algo acontecendo, seria fácil de perceber apenas olhando para a rede.
Mas futuramente a coisa será bem diferente. Essas máquinas operarão de forma independente, utilizando a conexão à internet, que terá alta velocidade, com capacidade de tomar decisões rapidamente.
Os cibercriminosos também terão acesso a essa mesma conectividade e velocidade. É por isso que é extremamente importante analisar as medidas de segurança digital para que elas consigam captar rapidamente atividades criminosas na rede, pois os cibercriminosos terão a capacidade de acessar as redes muito mais rápido do que agora.
Ou seja, é necessário debater mais sobre o 5G, pois, apesar de trazer múltiplos benefícios para pessoas e organizações, a rede traz também um grande perigo e vulnerabilidades para o qual precisaremos estar preparados.
Previsão de aumento no cibercrime
Segundo Pipikaite, prevê-se que, independentemente da pandemia, o cibercrime irá aumentar.
“Nós vimos os números: os danos do crime cibernético estão se tornando muito altos. Uma vez que o nível de interesse na COVID-19 diminuir, os cibercriminosos serão muito mais criativos. Eles surgirão com novos caminhos, novas mensagens, novos pontos de interesse. Parte disso serão as eleições que ocorrerão em todo o mundo. Outra via serão os benefícios de desemprego que muitos países estão oferecendo, bem como atividades relacionadas à educação. Como tudo está se movendo online, os cibercriminosos tentarão pensar em novas maneiras de explorar isso. E qualquer novo tópico importante em nossas sociedades em diferentes regiões, será explorado por cibercriminosos”, diz Pipikaite.
Ou seja, o cibercrime só tende a aumentar. Caso uma vacina comece a ser distribuída, o tema será explorado de todas as maneiras possíveis pelos cibercriminosos, por exemplo.
Como dito por Pipikaite, as eleições também serão exploradas pelos cibercriminosos. Eles são ardilosos, estão sempre em busca de melhorar seus golpes e fazer novas vítimas.
Portanto, é necessário estar sempre um passo à frente. A segurança digital nunca foi tão importante como é agora e será mais ainda no futuro, principalmente com o trabalho remoto sendo uma modalidade de trabalho que vai permanecer.
Esteja sempre atento, busque ferramentas e softwares de segurança digital para manter sua organização e seus colaboradores seguros. Oriente os funcionários a estarem atentos, instalar antivírus e manter seus aplicativos e softwares sempre atualizados.
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Via: CyberNews.
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