Geral 2min de Leitura - 20 de agosto de 2020

Os estragos digitais da pandemia no Brasil

Homem de capuz em frente a computador

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Notícias falsas sobre a COVID-19 impulsionam phishing no país, que entra na lista dos mais afetados por ataques virtuais.

Além das milhares de mortes e impactos negativos na economia, o Coronavírus mostra um potencial destrutivo também no quesito segurança digital. Segundo uma pesquisa da empresa especializada Kaspersky, cerca de um em cada oito usuários brasileiros da Internet acessou um site com conteúdo malicioso durante os primeiros meses da pandemia. Nesse contexto, a disseminação de notícias falsas relacionadas a iniciativas governamentais em torno da COVID-19 colocou o Brasil na lista de países mais afetados.

Segundo o relatório, 12,9% dos internautas no Brasil acessaram, entre abril e junho deste ano, pelo menos um link que levava a sites com conteúdo malicioso. É um número bem acima da média global, que chegou a 8,26% no mesmo período.

O grande aumento nas campanhas de desinformação em torno de supostas iniciativas governamentais relacionadas à pandemia são o principal fator por trás dessa expansão. Um exemplo dos golpes enviados a usuários nos últimos meses é um e-mail com a informação falsa de que o governo havia suspendido o pagamento das contas de energia durante a pandemia, que incluía um link convidando os usuários a se cadastrarem no benefício. Foi o suficiente para atrair centenas de vítimas.

As tendências recentes colocam o Brasil como o quinto país mais afetado por phishing em uma lista compilada pela Kaspersky, lançada junto com o relatório. A Venezuela está no topo, com 17,56% – seguida por Portugal (13,51%), Tunísia (13,51%) e França (13,08%).

Contrapartidas

Outro relatório da Kaspersky sugere que os brasileiros estão mais cientes dos riscos à segurança na Internet, mas ainda precisam evoluir seu comportamento online. O estudo considerou usuários com pelo menos dois dispositivos conectados, e constatou que 48% não melhoraram seus hábitos de segurança na Internet.

Essa atitude negligente em relação à segurança online foi vinculada a determinadas situações em específico. Cerca de 45% dos brasileiros não priorizam tais cuidados devido às demandas do dia a dia, apesar de reconhecerem que devem prestar mais atenção à segurança na Internet. Cerca de 36% dizem que se sentem mais seguros ao realizar transações financeiras e comerciais online, enquanto 33% dos brasileiros entrevistados relataram que não têm nada de valor a oferecer aos cibercriminosos. Ou seja, subestimam – ou desconhecem – o valor de seus dados pessoais em caso de furto de credenciais.

Quando se trata de como lidar com ameaças de segurança digital, quase dois terços (62%) dos brasileiros entrevistados afirmaram que só instalam aplicativos confiáveis em seus dispositivos, baixados de fontes como a Apple Store e o Google Play. Mais da metade (54%) disse que faz verificações de segurança regulares em seus telefones celulares. Entretanto, não há informações sobre a eficácia dessas verificações.

São números que ligam o alerta no que se refere ao cibercrime. Afinal, mostram que a conscientização sobre o tema evolui sem a devida velocidade e consistência. Contudo, indicam que há um considerável potencial de crescimento, onde as oportunidades serão sinônimo de proteção e segurança digital a um maior número de pessoas – com pandemia ou não.

Via: ZDNet.

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