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Entre os motivos estão o stress causado por desorganizadas adoções do home office.
Antes da pandemia, muita gente imaginava a possibilidade de poder trabalhar em casa como algo repleto de benefícios. Afinal, estariam excluídas as longas horas no trânsito, e entrariam em cena horários de trabalho mais flexíveis no conforto do lar. Contudo, não foi bem o que se viu.
Há cerca de um ano a COVID-19 pôs o planeta em lockdown, colocando em poucos dias milhões de trabalhadores para atuar via home office. Não demorou para que algumas expectativas fossem frustradas, afetando a saúde mental dos colaboradores e a segurança digital das empresas.
No Reino Unido, por exemplo, essas pressões afetaram significativamente os trabalhadores, levando a um comportamento de risco online que pode expor seus empregadores a ameaças cibernéticas. É o que diz uma pesquisa da Forcepoint, companhia especializada no tema.
No estudo, foram entrevistados mais de 1000 adultos do Reino Unido para entender melhor como a vida confinada está afetando a postura da segurança cibernética corporativa.
Mais da metade (52%) dos entrevistados relataram aumento da pressão no último ano, com funcionários jovens mais propensos a sofrer do que seus colegas com idade superior a 55 anos.
Quase dois terços (64%) dos funcionários mais jovens disseram que seu nível de estresse torna difícil se concentrar, contra 29% dos trabalhadores mais velhos. Além disso, 70% afirmaram que estão sob pressão para estarem disponíveis fora do horário normal de trabalho, em comparação com 48% dos trabalhadores mais velhos. Cerca de 71% disseram que também se sentem estressados por demandas conflitantes entre suas vidas pessoais e profissionais, em comparação com 40% daqueles com mais idade.
Alerta vermelho
Tal realidade parece estar se traduzindo em um comportamento de risco: 41% dos entrevistados mais jovens relataram cometer mais erros ao trabalhar em casa, como copiar as pessoas erradas ao enviar e-mails. Mais da metade (54%) disse que as distrações afetam negativamente a tomada de decisões, e 46% usam a Shadow IT para executar determinadas tarefas com mais facilidade. Shadow IT pode ser traduzida como TI Invisível, e significa a prática de usar equipamentos ou softwares que não passaram pelo controle do departamento de TI da empresa. Ou seja, não foram avaliados a fundo e não possuem aprovação organizacional explícita.
A maioria (71%) também relatou estresse ao tentar conciliar trabalho e vida familiar, com 70% afirmando que se sentem pressionados a estar disponíveis fora do horário normal. Quase metade (49%) afirmou ter dificuldade em tomar decisões profissionais do dia a dia enquanto trabalha em casa.
Como resultado, 45% disseram que tendem a cometer mais erros menores ao atuar via home office, e 40% disseram que precisam da Shadow IT para realizar seu trabalho.
“As empresas e os líderes de negócios precisam levar em consideração a situação psicológica e física de seus empregados remotos quando se trata de proteção de TI eficaz. Eles devem fazer seus funcionários se sentirem confortáveis em seus home offices, aumentar sua conscientização sobre a segurança de TI e também desenvolver comportamentos positivos”, argumentou a cientista e pesquisadora principal da Forcepoint, Margaret Cunningham.
“Conhecer as regras, tanto escritas quanto implícitas, e então projetar métricas centradas no comportamento em torno das regras pode ajudar a diminuir o impacto negativo desses comportamentos de risco”, complementa Margaret.
Nesse contexto, apesar de a pesquisa ter sido feita somente no Reino Unido, é possível traçar um paralelo com a realidade brasileira. Não raro, as queixas são semelhantes, com situações de trabalho parecidas. Com a pandemia completando um ano, vários cargos podem entrar em um sistema híbrido, que combine o presencial e o remoto. Seja qual for o método, em primeiro lugar deve estar a segurança digital – sob o risco de comprometer a rotina de uma empresa inteira, bem como dados sigilosos de clientes e colaboradores.
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