Aprendizado e descoberta 3min de Leitura - 25 de março de 2024

Deep e Dark Web: A evolução da superfície de ataque nas empresas

iceberg dentro da água

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No atual cenário digital, a segurança cibernética é mais do que uma simples precaução; é uma necessidade crítica para todas as empresas, independentemente do tamanho ou setor em que atuam. A superfície de ataque está cada vez mais ampla, rompendo as barreiras da internet convencional exigindo que as empresas repensem suas estratégias e aumentem seus esforços para manter dados e informações seguras.

O recente anúncio feito pelo grupo R00TK1T, direcionado à gigante de alimentos Nestlé, serve como alerta sobre uma nova realidade. A declaração, divulgada em um fórum na dark web deixa claro a intenção do grupo em promover uma ação que comprometa a estrutura da empresa.

A declaração é contundente e certamente gera uma grande expectativa, quanto a sua veracidade e possíveis impactos gerados por esta ação. Pedidos de resgate, mediante sequestro de dados, impactos sobre a imagem da empresa, interrupção de operações críticas ou sanções legais, são apenas algumas das possibilidades que podem gerar prejuízos à Nestlé.

Diante dessa ameaça iminente, é essencial que as empresas reconheçam a importância de reforçar suas defesas cibernéticas para proteger seus dados, infraestrutura e reputação, não somente visando a superfície da internet convencional, mas também na Dark e Deep Web.

Diferenças entre Dark Web e da Deep Web

O primeiro passo neste contexto é entender a diferença entre a Dark Web, onde a ameaça foi feita, e a Deep Web.

A Deep Web refere-se a todas as partes da internet que não são indexadas pelos motores de busca convencionais, como o Google, Bing, etc. Isso inclui conteúdo protegido por senhas, páginas restritas, bancos de dados, intranets corporativas, entre outros. A maioria do conteúdo na Deep Web é legal e inofensivo.

A navegação na Deep Web geralmente requer autenticação ou acesso direto aos servidores que hospedam o conteúdo, ou seja, os dados não são públicos.

Já a Dark Web é uma parte específica da Deep Web que é intencionalmente oculta e acessada por meio de redes criptografadas, como o Tor (The Onion Router). É conhecida por hospedar atividades ilegais, como tráfico de drogas, armas, informações roubadas, pornografia, terrorismo, entre outros.

Os usuários da Dark Web muitas vezes operam anonimamente, dificultando sua identificação. Esta parte da internet é um terreno fértil para atividades maliciosas e foi neste espaço que o grupo R00TK1T divulgou sua ameaça direta à Nestlé.

A superfície de ataque: olhando para além do convencional

As empresas devem entender que a dark e a deep web representam uma parte significativa da superfície de ataque de seus negócios. Os cibercriminosos muitas vezes operam nesses ambientes ocultos, trocando informações sensíveis e planejando ataques contra alvos desavisados. Ignorar essa realidade pode deixar as empresas vulneráveis a ameaças cada vez mais sofisticadas e difíceis de serem detectadas.

Aprendizados com o caso Nestlé

A ameaça iminente enfrentada pela Nestlé destaca a urgência de reforçar a segurança cibernética em todas as frentes, inclusive no monitoramento contínuo da Deep e Dark Web, com o objetivo de antecipar-se à investidas de grupos que promovem o cibercrime, rompendo as barreiras da internet convencional.

Empresas que monitoram ativamente estes ambientes podem identificar vazamento de dados, ou ainda menções suspeitas sobre sua marca e agir proativamente, evitando maiores prejuízos.

Dependendo da maturidade em segurança e necessidades específicas de cada negócio, investimentos em tecnologias avançadas serão necessários, tais como plataformas especializadas no monitoramento e geração de alertas associados a identificação de ameaças na Deep e Dark Web. A superfície de ataque aumenta a cada dia e as ameaças não param de surgir.

Muito além do ambiente corporativo

Ações criminosas na Deep e Dark Web exigem esforços conjuntos de agências reguladoras de segurança, especialistas em cibersegurança, empresas e sociedade. O compartilhamento de informações sobre ameaças emergentes e o desenvolvimento de padrões e boas práticas de defesa cibernética são fundamentais. Somente com uma abordagem proativa e coordenada podemos garantir a resiliência contra ameaças digitais cada vez mais sofisticadas e presentes em nosso dia a dia.

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