Aprendizado e descoberta 4min de Leitura - 25 de outubro de 2021

Tudo o que você precisa saber sobre edge computing

edge computing

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Empresas que atuam no processamento e tratamento de grandes volumes de dados, normalmente enfrentam problemas associados a sobrecarga da infraestrura de rede e servidores. Porém, com uma tecnologia chamada edge computing, isso pode ser superado. Associado à inteligência artificial e ao aprendizado de máquina, a tecnologia pode filtrar o material e enviar para a nuvem apenas o que for de fato relevante, economizando banda e armazenamento.

Este exemplo ajuda a entender como o conceito de edge computing pode revolucionar o processamento de dados. Em um sistema convencional, as informações captadas pelos dispositivos de uma empresa são transmitidas para a nuvem e lá são processadas. É algo que acontece milhares de vezes por segundo o dia todo, e se tornou um problema sério por conta do aumento da quantidade de dados utilizados. Esse crescimento congestiona as redes e torna o processamento mais lento, algo inaceitável em empresas de alto desempenho.

É o caso das companhias que atuam no ramo de jogos multiplayer. Em determinadas cenas de ação, com mais exigência de processamento, a jogabilidade pode ser afetada, apresentando lentidão. Entretanto, a edge computing ajuda a resolver o problema. Afinal, sua proposta é que, ao invés de o processamento ser feito na nuvem, ocorra na borda da rede – daí vem o nome, já que edge pode ser traduzido como borda. Dessa maneira, após serem tratadas localmente, as informações usadas com mais frequência são armazenadas em local próximo do usuário, e apenas as guardadas por longos períodos são enviadas para a nuvem.

Nesse contexto, somente os dados mais relevantes atravessam a rede. Então, a computação de borda pode facilitar o acesso dos usuários a seus arquivos, pois mantém o conteúdo mais próximo de onde foram captados.

Operação

O edge computing não troca o cloud computing por outra tecnologia. Afinal, as informações continuam sendo levadas para a nuvem. A questão é que existe um dispositivo responsável por processar os dados, chamado de gateway, que fica entre o equipamento que envia informações e a plataforma central. O gateway faz uma espécie de triagem de dados, e está localizado em um ponto mais próximo do dispositivo que originou as informações.

Nesse contexto, empresas que sofrem com a má conectividade dos seus computadores e celulares têm muitos benefícios com a computação de borda, pois com a edge computing existe uma menor necessidade de enviar informações por longas distâncias.

Assim, entra em cena também a diminuição de custos para a transmissão dos dados. O motivo é que a infraestrutura para pontos centralizados acaba se tornando maior e, consequentemente, mais cara. A redução de gastos também se estende à implementação, pois os equipamentos podem ser substituídos aos poucos, sem a necessidade de trocá-los todos de uma só vez.

Outro benefício é a rapidez na resposta de dispositivos IoT, a “Internet das coisas”. Mesmo que sejam robustas as plataformas de cloud computing e as centrais de processamentos de dados, são estruturas que lidam o tempo todo com o alto tráfego. Isso acarreta em um aumento do tempo de inatividade dos dispositivos, pois vão precisar aguardar o processamento dos dados enviados para seguir funcionando.

As smart homes, por exemplo, possuem diversos equipamentos IoT, como termostatos inteligentes, sensores conectados e condicionadores de ar ligados à internet. Sem a edge computing, o tempo entre uma solicitação no smartphone (pressionar o ícone de ligar o sistema de som, por exemplo), e o momento em que de fato o som liga, pode ser grande o suficiente para frustrar a experiência por conta da demora. Afinal, os dados inerentes a essa ação precisam “viajar” do smartphone até a nuvem para então serem processados, sendo em seguida direcionados ao sistema de som e aí fazerem com que o dispositivo ligue.

Com a computação de borda, esse longo caminho poderia ser encurtado, pois haveria um intermediário entre as duas pontas para fazer uma triagem e classificar os dados, levando para a nuvem apenas o que de fato for necessário, diminuindo o peso sobre ela.

Quem utiliza edge computing

Empresas do ramo de telecomunicações, indústria, transporte e serviços públicos estão entre as que mais utilizam a edge computing. O uso surge da necessidade de processar dados localmente e em tempo real, pois se encontram em uma situação na qual a transmissão de dados convencional os coloca em níveis inviáveis de latência – que é o tempo de resposta de uma solicitação.

Em uma fábrica, por exemplo, os dispositivos geram um fluxo contínuo de dados que facilmente chega aos milhares de terabytes por mês. Então, acaba sendo mais rápido e menos custoso processar esse volume de dados em um local mais próximo dos equipamentos.

Outro setor que se beneficia é o de veículos conectados – cada vez mais presentes no cotidiano. Carros e ônibus utilizam computadores para rastrear o fluxo de passageiros e o trânsito. Em caminhões, os motoristas podem encontrar a rota mais rápida com a edge computing. Em frotas, cada veículo pode utilizar a mesma plataforma padronizada, tornando os serviços mais confiáveis e com uma proteção uniforme aos dados.

A computação de borda também auxilia na execução veloz de determinados serviços de Internet. Redes de entrega de conteúdo (CDNs), por exemplo, utilizam servidores de dados próximos ao local onde os usuários estão. Isso faz com que os sites com alto número de acessos sejam carregados mais rapidamente, viabilizando serviços de streaming de áudio e vídeo mais rápidos – como Netflix e Spotify.

Em suma, o edge computing é sinônimo de serviços mais rápidos e estáveis com investimentos menores. Enquanto para os clientes finais proporciona uma experiência mais rápida e confiável, para as empresas significa um serviço com baixa latência e grande disponibilidade.

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