CVE 3min de Leitura - 20 de fevereiro de 2025

CVE-2025-20124 e CVE-2025-20125: Vulnerabilidades Críticas no Cisco Identity Services Engine (ISE)

CVE-2025-20124 e CVE-2025-20125

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Duas vulnerabilidades críticas foram descobertas recentemente no Cisco Identity Services Engine (ISE): CVE-2025-20124 e CVE-2025-20125. Ambas representam um risco elevado à segurança da informação, pois permitem execução de comandos como root (CmdExec) e escalonamento de privilégios (PrivEsc). Com pontuações CVSS de 9.9 e 9.1, respectivamente, essas falhas estão entre as mais graves já registradas na plataforma, exigindo atenção imediata das organizações que utilizam esse sistema.

O Cisco Identity Services Engine (ISE) é uma solução amplamente adotada para controle de acesso à rede, gerenciamento de identidades e aplicação de políticas de segurança. Ele desempenha um papel fundamental na proteção de infraestruturas corporativas, garantindo que apenas usuários e dispositivos autorizados tenham acesso aos recursos internos. A descoberta dessas vulnerabilidades coloca em risco não apenas a integridade do próprio ISE, mas também a segurança das redes que dependem desse software para controle de acesso.

Visão geral das vulnerabilidades

A CVE-2025-20124 e a CVE-2025-20125 possuem classificações de severidade elevadas, explorando falhas associadas a desserialização de dados não confiáveis e autorização indevida, permitindo que um invasor execute comandos privilegiados sem autenticação adequada. O impacto potencial dessas falhas é significativo, pois pode conceder controle total sobre o sistema afetado.

A primeira vulnerabilidade (CVE-2025-20124) explora falhas na manipulação de objetos serializados, permitindo que um agente mal-intencionado introduza cargas maliciosas que são executadas no contexto do usuário root. Já a CVE-2025-20125 explora permissões indevidamente configuradas, permitindo que usuários autenticados abusem do sistema para obter níveis de acesso superiores.

Como as vulnerabilidades funcionam

A CVE-2025-20124 está diretamente relacionada à CWE-502, que ocorre quando um sistema desserializa dados sem realizar verificações adequadas. No contexto do Cisco ISE, essa falha pode ser explorada para injetar objetos maliciosos, levando à execução remota de código (RCE) com privilégios administrativos. Essa técnica é frequentemente utilizada por invasores para obter controle total sobre um sistema, uma vez que a entrada de dados manipulada pode resultar na execução arbitrária de comandos.

Já a CVE-2025-20125 está associada à CWE-285, que trata de falhas na autorização, permitindo que um usuário com permissões limitadas obtenha acesso não autorizado a funções críticas do sistema. No caso do Cisco ISE, essa vulnerabilidade pode ser explorada para escalar privilégios dentro da plataforma, concedendo ao atacante permissões elevadas sem a devida autenticação.

Impacto e exploração

As vulnerabilidades CVE-2025-20124 e CVE-2025-20125 representam um risco significativo para organizações que utilizam o Cisco ISE. A exploração bem-sucedida dessas falhas pode levar a compromissos graves, como o controle total sobre o sistema, permitindo a execução remota de comandos maliciosos. Além disso, invasores podem explorar essas brechas para escalar privilégios, obtendo acesso administrativo indevido e comprometendo a integridade da rede e dos dispositivos conectados.

Outro fator que reforça a criticidade dessas falhas é a inclusão de ambas no catálogo da CISA. Esse reconhecimento indica que as vulnerabilidades são amplamente exploradas por agentes mal-intencionados e que organizações governamentais e privadas devem priorizar a aplicação de correções para mitigar os riscos associados.

A exploração dessas falhas pode ser realizada por meio de pacotes de dados manipulados enviados ao sistema vulnerável, explorando a ausência de validação adequada na desserialização de objetos e a má configuração de permissões internas. A partir do momento em que o atacante obtém acesso elevado ao sistema, ele pode comprometer toda a infraestrutura e utilizá-la como ponto de partida para ataques mais amplos dentro da organização.

Correção e medidas de mitigação

A Cisco já disponibilizou atualizações de segurança para corrigir essas vulnerabilidades, e é altamente recomendável que as organizações afetadas implementem esses patches imediatamente. Além disso, medidas adicionais podem ser adotadas para mitigar riscos. A aplicação imediata das correções fornecidas pela Cisco é essencial para evitar exploração ativa dessas falhas. O monitoramento contínuo dos logs do Cisco ISE pode ajudar a identificar atividades suspeitas, enquanto a restrição de acesso administrativo ao sistema reduz o impacto de uma possível exploração. Implementar políticas de segurança adicionais para restringir a execução de comandos não autorizados também é uma estratégia eficaz para reforçar a proteção do ambiente.

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