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Com o valor, desenvolvedores do software de reuniões virtuais desejam anular alegações de violação de privacidade.
Uma versão do ditado “o que vem fácil, vai fácil” pode chegar à empresa que desenvolveu o Zoom. O software ficou mundialmente famoso em poucos dias por conta da pandemia, já que permitia fazer reuniões virtuais – algo essencial com o distanciamento social. Mas, com a fama, vieram os problemas, principalmente quanto à segurança digital dos usuários, gerando uma onda de ações na justiça.
Nesse contexto, o Zoom concordou com um acordo de US$ 85 milhões em uma ação coletiva que acusa a empresa de compartilhar indevidamente os dados do usuário por meio de integrações de software de terceiros com várias plataformas digitais. O acordo preliminar foi apresentado no fim de semana e agora aguarda a aprovação do tribunal.
De março a maio do ano passado, foram movidas 14 ações contra o Zoom, que se consolidaram como uma ação coletiva. No processo, alegou-se que o Zoom enganou os usuários sobre seus recursos de criptografia, compartilhou dados do usuário com plataformas digitais sem consentimento e tinha controles de segurança e privacidade inadequados, o que resultou em zoombombings – que são interrupções indesejadas e não autorizadas das reuniões do Zoom por participantes externos. Ou seja, uma invasão de uma pessoa desconhecida, geralmente mal intencionada.
Por isso, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos no ano passado tornou o zoombombing um crime, com as pessoas que o praticam estando sujeitas a multas e prisões.
Indenizações
Se aprovado, o valor de US$ 85 milhões seria reservado aos usuários de contas pagas, para que tenham direito a receber parte do dinheiro que destinaram à assinatura do Zoom Meetings – cerca de US$ 25. Enquanto isso, os usuários com contas grátis poderão se inscrever para receber até US$ 15.
Embora o Zoom tenha ganhado US$ 1,3 bilhão em assinaturas de membros premium, os advogados disseram que o acordo de US$ 85 milhões era razoável à luz dos riscos significativos que os processos poderiam trazer.
Além de pagar o valor milionário, o Zoom também concordou em implementar várias mudanças com foco em melhorar a segurança, aumentar a privacidade e proteger os dados do consumidor.
A empresa concordou em fornecer notificações durante as reuniões para tornar mais fácil para os usuários entenderem quem pode ver, salvar e compartilhar informações e conteúdo dos usuários do Zoom, alertando os usuários quando um organizador de reunião ou outro participante usa um aplicativo de terceiros durante um encontro.
O Zoom também não reintegrará o kit de desenvolvimento de software (SDK) do Facebook para iOS em reuniões do Zoom por um ano, e solicitará que o Facebook exclua quaisquer dados de usuário dos EUA obtidos pelo SDK.
Na moção de acordo, os autores também solicitaram que Zoom pagasse os honorários advocatícios, que totalizariam US$ 21,2 milhões adicionais.
Apesar disso, se o acordo for aprovado, o Zoom continuará negando quaisquer irregularidades alegadas na ação. Porém, dadas as circunstâncias, acredita ser esse o melhor caminho para tentar retirar de si quaisquer questionamentos sobre a sua segurança digital.
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