Geral 2min de Leitura - 04 de novembro de 2020

Um terço dos ataques virtuais tem o tema COVID-19

Tubo de ensaio com etiqueta onde se pode ler "coronavírus".

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Dados do Reino Unido mostram que o número de invasões é o maior já registrado pelas autoridades locais.

Faltando menos de dois meses para 2020 acabar, o ano volta a mostrar mais estatísticas negativas que foram acentuadas por conta da pandemia. É algo que está longe de ser exclusividade de um ou outro país, atingindo as nações de diferentes formas.

No Reino Unido, por exemplo, o Centro Nacional de Cyber Segurança (NCSC) precisou intensificar o apoio ao Serviço Nacional de Saúde (NHS) para ajudar a proteger os hospitais e outras organizações de saúde contra ataques virtuais.

Motivo: a Revisão Anual de 2020 do NCSC revela que o braço cibernético do Serviço de Inteligência britânico (GCHQ) lidou com mais de 200 incidentes cibernéticos relacionados ao Coronavírus neste ano. Essa quantidade representa quase um terço do número total de incidentes registrados nesse período.

Ações urgentes

Devido à grande necessidade de garantir assistência médica durante a pandemia, o NCSC tem ajudado o NHS a se proteger contra ataques cibernéticos. Assim, o serviço de saúde concentrar-se com mais ênfase no combate ao Coronavírus, sem precisar dedicar grande parte de sua equipe a se defender de ataques virtuais.

O auxílio inclui a busca por ameaças em 1,4 milhão de endpoints do NHS. Trata-se de um esforço para detectar atividades potencialmente suspeitas, estando na lista também a varredura de mais de um milhão de endereços IP do NHS para detectar vulnerabilidades na segurança cibernética.

“Temos dado um grande apoio ao setor de saúde, para tentar oferecer a eles a melhor assistência que pudermos, pensando sobre sua defesa cibernética, para deixá-los atuar na pandemia em si”, detalha Lindy Cameron, executiva do NCSC.

A instituição também ajudou a implantar serviços como Active Cyber Defense, incluindo Web Check, Mail Check e DNS protetor, para 235 órgãos de saúde de linha de frente em todo o Reino Unido, incluindo o NHS Trusts, para auxiliar nas defesas contra ataques de phishing e outras ameaças.

“Pegamos nosso portfólio ativo de defesa cibernética e o direcionamos ao setor de saúde, tendo 230 órgãos de saúde usando nossa defesa cibernética ativa”, disse Ian Levy, diretor técnico do NCSC.

Ataques em série

Mais de 160 casos de vulnerabilidades de alto risco foram compartilhados com o NHS durante 2020. Enquanto isso, o NCSC teve que lidar com mais de 200 incidentes relacionados à resposta ao Coronavírus do Reino Unido – incluindo espionagem cibernética russa sobre o desenvolvimento da vacina.

Os 200 incidentes relacionados com o Covid-19 constituem uma parte significativa do número total de 723 ciberataques – envolvendo quase 1.200 vítimas que o NCSC ajudou a lidar. O número está acima dos 658 do ano anterior, e já é o mais alto em incidentes desde a criação do NCSC. É também uma quantidade que provavelmente continuará aumentando à medida que os cibercriminosos ficarem mais ousados.

A análise também observa que o NCSC lidou com três vezes mais ataques de ransomware do que no ano passado, pois os golpes se tornaram mais direcionados e mais agressivos.

O próprio diretor do GCHQ, Jeremy Fleming, disse aguardar mais pedras no caminho. “Os próximos anos provavelmente serão igualmente desafiadores, mas estou confiante de que no NCSC desenvolvemos as capacidades, relacionamentos e abordagens para manter o Reino Unido na vanguarda da cibersegurança global”, ressalta.

A fala do executivo, na realidade, exalta a parceria que diversos órgãos precisam estabelecer no momento para amenizar os impactos das atividades do crackers. Afinal, mesmo quando a pandemia acabar, os cibercriminosos ainda explorarão o tema, através de fake news, fraudes e desinformação. Sem os devidos cuidados com a segurança digital, sempre existirão vítimas em potencial – com ou sem pandemia.

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