Geral 2min de Leitura - 22 de junho de 2021

Por que é vital estimular a diversidade na segurança digital

Mulher usando computador portátil

This post is also available in: Português Español

Diferentes ideias e pontos de vista podem surgir com a inclusão, criando defesas e estratégias mais abrangentes.

Vários são os estudos dando indícios de que a diversidade foi um dos muitos motivos da ascensão do império Romano. Um deles foi feito pela Universidade de Viena, e foi publicado na revista Science em 2019. A pesquisa usou análises de DNA para mostrar que havia um fluxo gigante de pessoas de várias partes do mundo, colocando diferentes culturas e ideias em contato constante. O resultado foi a criação de um contexto cosmopolita que acabou contribuindo para a evolução de Roma.

O exemplo histórico pode ensinar algo ao setor de segurança da informação: formar equipes com pessoas de diferentes origens traz diferentes vozes e pode incrementar as defesas.

Estimular a diversidade nessa área – ao fazer mais para unir pessoas de variadas origens – pode ajudar a melhorar as proteções online. Afinal, permitirá que as equipes de segurança da informação pensem sobre conceitos e técnicas de ataque que podem não ter considerado antes.

Os números de um relatório do NCSC – órgão britânico de segurança da informação – sobre diversidade detalham que mais de 85% dos profissionais que trabalham com segurança cibernética são brancos, em comparação com menos de 15% dos grupos étnicos negros, asiáticos ou mistos.

Dois terços da indústria informaram serem homens, em comparação com 31% de mulheres, enquanto mais de 84% dos entrevistados se identificam como heterossexuais. Contudo, a diversidade está gradualmente aumentando.

“Temos um longo caminho a percorrer ainda, mas estou muito feliz em ver tantas iniciativas em torno da construção da diversidade na indústria, trazendo mais mulheres, mais pessoas de cor de todas essas origens diferentes”, disse Christine Izuakor, fundadora e diretora da empresa de segurança digital Cyber Pop-up. Christine é filha de nigerianos, e obteve um Ph.D. em engenharia de segurança na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, tornando-se a mais jovem e a primeira mulher afro-americana a fazer isso na instituição.

Ideias variadas

A diversificação do setor de segurança cibernética não apenas ajuda a refletir melhor a população, mas pode trazer diferentes formas de pensamento e habilidades variadas. Pode também ajudar as equipes de segurança cibernética a ter uma ideia mais ampla sobre como as operações de hacking mal-intencionadas funcionam.

Afinal, as pessoas que estão realizando esses ataques não têm todas a mesma aparência, e sequer vêm de uma origem sempre igual. Elas vêm de muitas partes diferentes do mundo, já que a grande maioria dos golpes é executada remotamente.

“Você não consegue se defender direito se tiver uma linha de pensamento limitada. Você precisa de diferentes perspectivas, sendo necessário que as pessoas que estão se defendendo contra esses ataques se pareçam com as pessoas que estão atacando – e que se pareçam com uma variedade de pessoas diferentes”, disse Christine.

Também é importante reconhecer que as pessoas podem seguir caminhos diferentes no ramo da segurança digital. Algumas podem obter qualificações em universidades, enquanto outras podem aprender habilidades por meio de cursos online, e algumas podem até aprender sozinhas, buscando o conhecimento por si só em diferentes fontes.

“Devemos reconhecer que as pessoas têm diferentes modos de aprendizagem e caminhos diversos. Seja como for, o que importa é que o trabalho esteja sendo feito da maneira certa, e que estejamos nos defendendo contra esses ataques e estejamos mais seguros”, salienta Christine.

This post is also available in: Português Español