Geral 2min de Leitura - 12 de julho de 2021

Perigo constante

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Pesquisa aponta que maioria dos usuários brasileiros de plataformas digitais já sofreu ameaças virtuais. Porém, cerca de dois terços já utilizam senhas diferentes para cada serviço.

Nota 5,1. Essa é a pontuação média que os entrevistados de uma pesquisa atribuíram ao grau de segurança de suas informações em ambientes digitais no Brasil. Como a nota máxima era 10, que significava “muito seguro”, essa percepção de segurança aponta para um cenário de grande desconfiança entre os internautas – apesar de haver pontos positivos.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Datafolha e Mastercard com 1.517 usuários de serviços digitais em janeiro de 2021. Os resultados mostram que os brasileiros se preocupam com a segurança de seus dados, apesar de saberem que as empresas com as quais interagem mantêm algum tipo de informação sobre seus hábitos de consumo e lazer. Assim, 92% dos entrevistados disseram ter consciência de que as marcas retêm suas informações de alguma maneira.

O objetivo do estudo era medir o nível de preocupação com a segurança dos consumidores em ambientes de troca de dados e informações. Dessa maneira, constatou-se que apenas 13% consideram seus dados muito seguros, enquanto 21% veem seus dados como totalmente inseguros.

Pisando em ovos

De acordo com a pesquisa, o medo de ataques cibernéticos segue alto entre os usuários brasileiros. Cerca de 73% dos entrevistados relataram ter sofrido algum tipo de ameaça digital, como recebimento de mensagens falsas tentando se passar por empresas e furto de senhas.

Como resultado desses incidentes, muitos tomaram medidas de segurança. Mais de 80% dos entrevistados disseram que não clicam em links suspeitos, enquanto 75% evitam usar redes Wi-Fi públicas e 64% têm senhas diferentes para cada uma das contas que possuem em plataformas digitais ou aplicativos – algo de fato recomendado pela maioria dos especialistas em segurança digital.

Nesse contexto, as redes sociais foram consideradas pelos entrevistados como os ambientes menos confiáveis, enquanto hospitais, clínicas de exames médicos, escolas e faculdades são as instituições nas quais os entrevistados têm maior nível de confiança.

Além disso, quase 70% afirmaram saber que quando acessam uma rede social, fazem compras na internet ou transações financeiras online, os dados são armazenados pelas empresas com as quais estão negociando – e que podem ser usados para direcionar as ofertas e monitorar hábitos de consumo.

Mas, na realidade, muitos estão dispostos a permitir essa coleta de dados pessoais, desde que recebam algo em troca. É o que diz um outro estudo, publicado pela multinacional Kaspersky em junho de 2020. Cerca de 43% dos entrevistados disseram que compartilhariam dados privados confidenciais para garantir melhor classificação em sistemas de ranqueamento social, descontos ou para receber serviços personalizados.

Outros dados dessa pesquisa mostram que os consumidores brasileiros também estão mais dispostos a compartilhar seus perfis de mídia social em troca de outros benefícios, como ofertas de emprego, aluguéis mais vantajosos, vagas em melhores escolas para seus filhos ou obter um visto para outro país. Em suma, o panorama mostra uma evolução na consciência dos brasileiros quanto à segurança digital. Apesar de o cenário ainda estar longe do ideal, uma coisa é certa: os usuários estão mais atentos e procuram com mais frequência por meios de se proteger das ameaças digitais.

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