Geral 2min de Leitura - 15 de junho de 2021

Interpol fecha milhares de farmácias online falsas

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Operação envolveu 92 países e desmantelou sites que vendiam produtos ilícitos.

Mais de 100 mil links foram retirados do ar pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para derrubar lojas virtuais que se passavam por farmácias, divulgando medicamentos e drogas falsas e ilícitas.

O número é um recorde, fruto da Operação Pangea XIV, que tinha como alvo vendedores on-line de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos ilegais. Assim, o trabalho envolveu agências, alfândegas e autoridades regulatórias de saúde de 92 países coordenados pela Interpol, retirando exatamente 113.020 links – incluindo sites e mercados online sendo fechados ou removidos.

Em alguns países, mercadorias também foram apreendidas. É o caso do Reino Unido, que reteve cerca de três milhões de medicamentos e dispositivos falsos no valor de US$ 13 milhões. As autoridades também removeram mais de 3 mil links de publicidade sobre a venda e fornecimento ilegal de medicamentos não licenciados, fechando 43 sites.

Kits de teste da COVID-19 falsos e não autorizados representaram mais da metade de todos os itens apreendidos enquanto durou a ação, que ocorreu entre 18 e 25 de maio. Durante o período, aconteceram 277 prisões em todo o mundo, bem como a apreensão de produtos farmacêuticos perigosos no valor de mais de US$ 23 milhões – o que representa cerca de R$ 115 milhões.

Produtos ocultos

A Operação Pangea XIV levou os agentes a encontrarem drogas falsas e ilícitas escondidas entre produtos legítimos, como roupas, brinquedos e até mesmo alimentos. Entre os destaques, estava o caso dos 2,8 mil comprimidos para dor de cabeça descobertos dentro de latas de feijão.

“À medida que a pandemia forçou as pessoas a ficarem mais tempo online, os criminosos se organizaram para atingir esses novos ‘clientes’”, disse Jürgen Stock, secretário-geral da Interpol.

Com o apoio do Instituto de Segurança Farmacêutica, ligado ao Escritório das Nações Unidas sobre Drogas, a operação levou à apreensão de 9 milhões de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos ilícitos. Entre eles, estavam medicamentos sedativos, comprimidos para disfunção erétil, analgésicos, máscaras, testes de Covid-19 e remédios anticâncer.

Farmácias fake

Cibercriminosos em geral criam sites falsos de bancos para praticar golpes virtuais de roubo de senhas, por exemplo. Mas não é raro que desenvolvam também lojas virtuais de mentira, o que inclui farmácias e drogarias.

Algumas realmente funcionam, mas são focadas em produtos ilegais, sem qualquer registro na Anvisa ou comprovação de eficácia. Além disso, não há garantia de segurança no armazenamento dos dados pessoais dos clientes, que podem ser vendidos a outros cibercriminosos.

Assim, o que parece uma farmácia on-line, pode ser na realidade uma fachada para um golpista ou ladrão de identidade. Os sites podem usar selos e logotipos com aparência oficial, garantir satisfação ou seu dinheiro de volta e parecerem legítimos. Mas tudo isso pode ser falsificado. O consumidor pode acabar com produtos falsos, vencidos ou com ingredientes perigosos. Ou então pagar pelo produto e nunca receber a mercadoria.

Contudo, a Operação Pangea XIV mostra que as autoridades estão atentas a golpes do tipo. Recentemente, a Interpol interceptou US$ 83 milhões pertencentes a vítimas de crimes financeiros online – valor esse que seria transferido para as contas de criminosos virtuais. Tratava-se da Operação Haechi-I, que fazia parte de uma investigação que durou mais de seis meses. Ou seja, se esse ritmo continuar, a impunidade do cibercrime pode ser diminuída – algo que passa também pela maior conscientização dos internautas, que podem ficar mais atentos aos golpes.

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