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Pessoas acima de 60 anos sofrem cada vez mais com crimes cibernéticos.
Quanto menor o conhecimento sobre segurança digital, maior é a chance de ser vítima de crackers. É algo que independe de cor, credo, opção sexual, renda e idade.
Contudo, por diversos fatores, os idosos tendem a possuir uma menor inserção digital. Essa realidade os deixa mais suscetíveis às armadilhas criadas pelo cibercriminosos – o que leva inclusive a prejuízos financeiros.
Somente no Reino Unido, por exemplo, crackers lucraram mais de 4 milhões de libras através de crimes virtuais que focavam idosos, conforme revelaram dados recebidos pela instituição de caridade Age UK.
O Centro Nacional de Denúncias de Fraudes do Reino Unido, Action Fraud, mostrou que a polícia recebeu 4.173 denúncias de crimes cibernéticos de pessoas com mais de 60 anos entre abril de 2018 e março de 2019. Dos que se tornaram vítimas, uma perda total de pouco mais de 4 milhões de libras foi registrada. Aqueles nessa faixa etária representaram 19% do total de vítimas de crimes cibernéticos relatadas no período. Basicamente, a cada 5 vítimas, uma era idosa.
Entre os crimes cibernéticos relatados, estão phishing, fraude de investimento, roubo de identidade, anúncios fraudulentos e ransomwares.
Pandemia piorou o problema
O documento também revelou que os idosos têm sido fortemente alvos de fraudes relacionadas ao Covid-19 nos últimos meses. Dos 3.162 casos de cibercrime relacionados ao Coronavírus relatados à Action Fraud entre 23 de março e 31 de julho de 2020, 701 envolveram uma vítima com mais de 60 anos; as perdas totais para esse público chegaram a 2,4 milhões de libras nesses quatro meses.
As formas mais comuns de golpes relacionados à Pandemia incluíam a compra de equipamentos de EPI falsos, textos de phishing e e-mails supostamente enviados por órgãos governamentais e de saúde.
A Age UK disse que os cibercriminosos têm se aproveitado do número crescente de idosos que confiam na Internet para serviços diários, como compras, bem como para manter contato com amigos e familiares durante a quarentena.
Caroline Abrahams, diretora de caridade da Age UK, disse que “durante o lockdown, a maioria usou muito mais a internet, e sabemos que algumas pessoas mais velhas também foram incentivadas a entrar na internet pela primeira vez. Muitos deles gostaram e se beneficiaram disso, e queriam continuar agora que a quarentena está mais branda. No entanto, infelizmente também sabemos que os cibercriminosos foram muito ativos na hora de explorar essa situação, e tiveram lucro enganando idosos”.
Os crimes online costumam ser altamente sofisticados, e com um certo grau de dificuldade para serem detectados. Nesse contexto, pessoas de diversas idades podem ser enganadas. Entretanto, o risco é maior para os novatos na internet – e aprender a usá-la com pressa, e muitas vezes com pouco apoio, é um risco ainda maior.
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