Geral 2min de Leitura - 20 de julho de 2021

Devagar e sempre

transformação digital empresas

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Transformação digital de micro e pequenas empresas ainda está em estágios iniciais – mas os empresários estão mais abertos a abordagens inovadoras.

A presença cada vez mais intensa de recursos tecnológicos pode levar a pensar que essas ferramentas já são realidade em milhares de micro e pequenas empresas. Contudo, nem sempre isso acontece – e, de acordo com novas pesquisas, está longe de ser maioria. Prova disso é que as ferramentas de segurança cibernética estão disponíveis em apenas 21,4% dos negócios do tipo.

Números como esse estão sendo mostrados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) com o seu Mapa de Digitalização, feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) com 2.572 empresas em todo o país. O documento utiliza uma escala de 4 níveis, onde 1 é uma organização que opera de forma analógica, 2 é considerada “emergente” em termos de adoção, 3 está em um nível intermediário de digitalização e o 4 é para quem for considerado um líder digital.

De acordo com a pesquisa, 66% das empresas do segmento estão nos dois estágios iniciais de maturidade digital, enquanto 30% estão no estágio intermediário (nível 3) e apenas 3% podem ser consideradas líderes digitais.

Além disso, o grau de implementação de 25 boas práticas no espaço digital e o uso de tecnologias facilitadoras foi medido como parte do estudo. De acordo com a pesquisa, a maturidade digital média das micro e pequenas empresas brasileiras é de 40,77 pontos, em uma escala que varia de 0 a 100 pontos – onde 0 é uma empresa que não é digital de forma alguma, e o 100 é totalmente digital.

Segurança em xeque

A pesquisa também constatou que o acesso à banda larga é uma realidade para 68,7% das empresas. No entanto, apenas 27,5% das organizações pesquisadas possuem um site com recursos interativos, enquanto 25,4% usam serviços de computação em nuvem e apenas 19% coletam ou armazenam dados de seus clientes.

Nesse contexto, há preocupações com a segurança digital. Os dados mostram que ferramentas de segurança cibernética estavam disponíveis em apenas 21,4% das empresas pesquisadas. Um estudo separado realizado pela Marsh em nome da Microsoft descobriu que 84% das empresas no Brasil não conseguiram aumentar o investimento em segurança cibernética nos últimos meses, apesar do aumento de incidentes como resultado da pandemia.

Em relação à inovação rápida e colaborativa, 43,7% das empresas entrevistadas no estudo da ABDI / FGV afirmaram estar abertas a opiniões e sugestões para o desenvolvimento de produtos ou serviços, mas apenas 11,6% se engajaram com outras empresas e seus clientes nesses processos.

Verbas curtas

Quando se trata dos motivos pelos quais as micro e pequenas empresas no Brasil lutam com a transformação digital, quase 40% dos entrevistados afirmaram que a principal dificuldade é a falta de recursos financeiros para investir. A carência de estratégia e de conhecimento sobre o tema foi citada por 25% dos empresários como o principal obstáculo no processo. Por outro lado, 68% dos entrevistados disseram estar abertos a participar de algum tipo de programa de aceleração da maturidade digital.

Além dos desafios encontrados no relatório, os resultados apontam para as oportunidades de adoção de abordagens digitais nas micro e pequenas organizações no Brasil, já que respondem por mais da metade das vagas de emprego brasileiras, segundo o presidente da ABDI, Igor Calvet. “É fundamental que as empresas se adaptem e aproveitem ao máximo os benefícios dessas tecnologias, que ajudam a aprimorar suas operações, criar novos modelos de negócios e gerar mais receita”, destacou o executivo. Ou seja, apesar de alarmantes, as informações da pesquisa mostram que o longo caminho a percorrer tem margem para ser olhado sob uma ótica positiva, já que pode gerar oportunidades tanto para as empresas quanto para os colaboradores.

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