Geral 2min de Leitura - 19 de janeiro de 2021

Crimes virtuais ameaçam vacina contra COVID-19

Mão com luva segurando vacina e seringa

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Crackers vazaram dados alterados da vacina Pfizer para sabotar a confiança nos imunizantes. Informações alteradas eram relacionadas a processos de aprovação.

Mesmo após dezenas de países começarem a vacinação contra o Coronavírus, os fabricantes do produto não têm sossego quanto à sua segurança digital. Em meio à discussão sobre percentuais de eficácia e condições de armazenamento, cibercriminosos seguem suas investidas em busca de lucro e/ou informações privilegiadas.

Um novo capítulo dessa novela surgiu há poucos dias. Foi quando a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) revelou que alguns dados roubados de vacinas da Pfizer / BioNTech foram manipulados por crackers antes mesmo de serem divulgados online. Tudo com o objetivo de estremecer a confiança da população nas vacinas contra o novo Coronavírus.

A EMA é a agência descentralizada que analisa e aprova as vacinas na União Europeia. Além disso, monitora e supervisiona quaisquer novos medicamentos introduzidos no continente. Tamanha importância atraiu a atenção de cibercriminosos, que lançam ataques constantes.

“A investigação em andamento sobre a última invasão revelou que alguns dos documentos acessados ilegalmente relacionados a medicamentos e vacinas contra a Covid-19 vazaram na internet”, revelou a entidade. Isso incluiu comunicações internas e confidenciais por e-mail, datadas de novembro, relativas aos processos de avaliação das vacinas.

“Parte da correspondência foi manipulada pelos invasores antes da publicação, de uma forma que poderia minar a confiança nas vacinas”, complementa o comunicado.

Alterações e vazamentos

Vários agentes de ameaças divulgaram o que alegaram ser dados roubados da EMA, publicando diversos conteúdos em vários fóruns clandestinos em 31 de dezembro.

Alguns especialistas disseram que, entre esses arquivos, estavam capturas de tela de e-mail e comentários de revisão por pares da EMA, bem como documentos em Word, PDF e PowerPoint.

A intenção dos invasores era alegar que a vacina da Pfizer era falsa, confirmando a divulgação da EMA de que os documentos vazados foram manipulados com o objetivo de enfraquecer a confiança nos imunizantes.

Após o ataque de dezembro, a agência lançou uma investigação em parceria com autoridades policiais e várias outras entidades do setor.

A Pfizer e a BioNTech divulgaram que alguns documentos armazenados nos servidores da EMA foram acessados pelos golpistas por trás do ataque cibernético.

Contudo, a EMA revelou que a investigação mostra que apenas um número limitado de documentos relacionados à vacina candidata BNT162b2 COVID-19 foram acessados sem autorização durante o incidente.

Seja qual for a real extensão dos danos, vai demorar para passar a dor de cabeça dos fabricantes de vacinas. Seus avanços nas pesquisas são extremamente valiosos, e os leva a se precaver tanto do vírus biológico quanto dos vírus de computador – praticamente em igual proporção.

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