Geral 3min de Leitura - 18 de agosto de 2021

Pesquisa mostra que 40% das empresas não têm um diretor de dados

dedo sobre cadeado desenhado em tecla de computador

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Nove em cada dez entrevistados disseram que a qualidade, confiança e segurança dos dados já são mais importantes do que a quantidade, o que mostra a importância de um responsável por sua gestão.

Esta semana, a S&P Global Market Intelligence e a Immuta divulgaram um dos estudos mais abrangentes sobre o gerenciamento e uso de dados. O relatório, conduzido pela 451 Research, mostra que 55% dos entrevistados disseram que os dados obtidos para análise geralmente estão desatualizados ou obsoletos no momento em que chegam a eles.

A 451 Research entrevistou 525 líderes de dados nos EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha e França, reunindo um conjunto de resultados que serve de referência também para empresas brasileiras. Todos os participantes da pesquisa trabalham para empresas com mais de 1000 funcionários.

As descobertas da pesquisa representaram o maior debate entre empresas sobre como equilibrar o uso eficaz de dados com privacidade e segurança digital. Aliás, 84% disseram acreditar que os requisitos de privacidade e segurança limitariam o acesso aos dados em suas empresas nos próximos 24 meses.

Quase 40% dos entrevistados que trabalham como fornecedores de dados disseram que não têm pessoal ou habilidades para lidar com seus cargos, com quase 30% citando a falta de automação como um problema.

Pelo menos 90% dos que responderam à pesquisa disseram que a qualidade e a confiança dos dados estão se tornando mais importantes do que o volume ou a quantidade. Assim, a função do diretor de dados está se tornando cada vez mais proeminente.

De acordo com a pesquisa, 60% dos entrevistados disseram que suas empresas têm um diretor de dados, enquanto 40% não. Os números também corresponderam ao tamanho da instituição, com as maiores sendo mais propensas a ter alguém nesse cargo.

“Conforme os fluxos de trabalho e processos de dados se tornam mais complexos ao longo do tempo – e conforme a demanda organizacional por dados cresce – há pontos claros de atrito na cadeia de fornecimento de dados”, disse Paige Bartley, analista sênior da 451 Research.

“O principal deles são os fornecedores de dados com recursos limitados, escassez de habilidades e pouca automação encarregados de tentar fornecer um fluxo constante de dados relevantes para um número crescente de consumidores de dados”, complementa o executivo.

Nas nuvens

A confiança no cloud computing também está aumentando, de acordo com a pesquisa. Os resultados mostram que 76% dos entrevistados trabalham para empresas que usam tecnologia de dados em nuvem para armazenamento, computação e compartilhamento. Para aqueles que ainda lutam para migrar para a nuvem, 43% disseram que era por causa da segurança, enquanto 40% citaram problemas de conformidade e 35% disseram que a privacidade dos dados era a grande preocupação.

Nesse contexto, 65% dos entrevistados disseram que os dados se tornaram mais importantes para seu próprio trabalho nos últimos dois anos. Mais de 71% disseram que o número de consumidores de dados em sua empresa aumentou de forma constante ao longo do tempo.

De acordo com a pesquisa, as mudanças no consumo e implantação de dados também estão sendo afetadas pela legislação, que constatou que 84% disseram que sua empresa estava sujeita a regulamentações como a GDPR, a legislação de proteção de dados que inspirou a criação da LGPD brasileira.

Segurança e eficiência

A privacidade e a segurança dos dados também estão gerando mudanças. Mais de 83% disseram que as regras de segurança de dados limitarão o acesso aos dados em sua empresa nos próximos dois anos.

Os entrevistados também reclamaram do fato de os dados não estarem disponíveis em tempo real, expressando irritação com equipes de dados mal equipadas, incapazes de fornecer ferramentas de dados de autoatendimento. Quase 40% disseram que seus dados só estão disponíveis depois de um determinado período de tempo.

O diretor da Immuta, Matt Carroll, disse que a desconexão entre fornecedores e consumidores de dados destaca o desafio urgente para as empresas e o setor público de melhorar a velocidade e o acesso aos dados.

“As descobertas deixam claro que as percepções e o valor do negócio não podem ser gerados de forma rápida e fácil a partir dos dados, a menos que possam ser compartilhados, modelados e analisados de uma maneira sem atrito”, disse Carroll.

“Este relatório valida o que nossos clientes experimentaram. A boa notícia é que, ao compreender esses pontos problemáticos, as organizações podem abordá-los e avançar para maximizar o valor dos dados corporativos e minimizar os riscos. Investir em automação e escalabilidade remove obstáculos para a adoção da nuvem e abre a porta para acesso e uso de dados mais eficientes para melhorar os resultados de negócios”.

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