Geral 1min de Leitura - 27 de janeiro de 2020

Como o homem mais rico do mundo foi hackeado por WhatsApp

Mão segurando smartphone que apresente uma tela vermelha onde se pode ler em branco a palavra 'malware'.

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Jeff Bezos, fundador da Amazon, teve seu iPhone invadido após receber um vídeo do príncipe da Arábia Saudita.

Celebridades, personalidades famosas e chefes de estado estão especialmente à mercê de ataques maliciosos em seus computadores, tablets ou smartphones. Nesta semana, foi divulgada a notícia de que Jeff Bezos, fundador da gigante do comércio eletrônico Amazon, teve seu iPhone hackeado. O ataque propriamente dito aconteceu em maio de 2018, mas somente agora veio à tona.

Tudo aconteceu quando ele e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, estavam tendo uma conversa convencional e amigável através do WhatsApp – eles começaram a trocar mensagens em abril de 2018. Jeff recebeu um vídeo do príncipe, e poucas horas depois uma quantidade gigante de dados foi extraída de seu celular.

É altamente provável que o arquivo tenha explorado uma vulnerabilidade zero-day do aplicativo, e por diversas semanas informações do empresário foram capturadas silenciosamente. Nove meses depois, um jornal dos Estados Unidos publicou fotos e mensagens íntimas de Jeff, revelando o caso extraconjugal que levou sua esposa a pedir divórcio.

Vulnerabilidades zero-day são falhas de segurança pouco conhecidas e divulgadas, normalmente sem correção disponibilizada pelo fabricante, o que coloca muitos serviços, dispositivos, softwares e aplicativos em risco. Foi exatamente o que aconteceu com Jeff Bezos.

Especialistas nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU analisaram um relatório feito sobre o caso e avaliaram que a invasão provavelmente foi realizada usando a software malicioso Pegasus. O programa é de autoria de um grupo israelense chamado de The NSO Group, e trata-se de um poderoso spyware conhecido por ter sido usado de má-fé pelo governo saudita para espionar dissidentes, incluindo o jornalista Jamal Khashoggi – morto em outubro de 2018.

O jornal americano Washington Post, que é de propriedade de Jeff Bezos, vinculou o assassinato de Jamal ao regime saudita, algo que pode ter motivado a invasão de seu smartphone. Até o momento, não há confirmação se dados referentes às operações da Amazon ou do Washington Post foram vazados, já que o celular em questão era utilizado para assuntos pessoais.

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