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A CVE-2025-66481 expõe uma vulnerabilidade crítica na plataforma DeepChat, um framework de chat de IA de código aberto amplamente utilizado para integração com LLMs e modelos em nuvem.
A falha está relacionada a uma correção incompleta de Cross-Site Scripting (XSS) no processamento de conteúdos Mermaid, permitindo que atacantes executem código remotamente na máquina da vítima. Com pontuação CVSS de 9.6, o risco é considerado extremamente elevado, especialmente em ambientes que utilizam o DeepChat com interfaces baseadas em Electron.
O que é o DeepChat
O DeepChat é uma plataforma open source voltada à criação de interfaces de chat com inteligência artificial. O projeto oferece suporte a diferentes modelos de linguagem, tanto em nuvem quanto locais, e é utilizado por desenvolvedores para criar aplicações conversacionais modernas, incluindo ambientes desktop baseados em Electron. Sua flexibilidade e fácil integração com LLMs tornaram a ferramenta popular em projetos experimentais e corporativos.
Produtos e versões afetadas
A vulnerabilidade afeta o DeepChat nas versões 0.5.1 e anteriores. Nessas versões, o mecanismo responsável por sanitizar conteúdos Mermaid — utilizados para renderização de diagramas — não é suficiente para impedir a injeção de código malicioso.
Até o momento da publicação dos avisos de segurança, não há uma correção oficial disponível para mitigar completamente o problema.
Entendendo a CVE-2025-66481
A CVE-2025-66481 decorre de uma sanitização inadequada do conteúdo Mermaid no componente MermaidArtifact.vue. Embora uma atualização de segurança tenha sido aplicada, a correção é considerada incompleta e pode ser contornada. Atacantes conseguem explorar a falha utilizando atributos HTML sem aspas, combinados com codificação de entidades HTML, o que permite escapar dos filtros implementados.
O problema se agrava porque o filtro de segurança utiliza uma expressão regular frágil, projetada para remover atributos perigosos. Essa abordagem pode ser burlada, possibilitando a execução de código JavaScript arbitrário.
Como o ataque pode levar à execução remota de código
Em ambientes onde o DeepChat é executado com Electron, a exploração da vulnerabilidade pode resultar em execução remota de código (RCE). Isso ocorre por meio do uso indevido da interface electron.ipcRenderer, que permite comunicação entre o frontend e o backend da aplicação.
Ao conseguir injetar código malicioso via XSS, o atacante pode interagir com APIs internas do Electron, ultrapassando os limites do navegador e alcançando o sistema operacional da vítima. Esse cenário eleva significativamente o impacto da falha, tornando-a crítica do ponto de vista de segurança.
Severidade e classificação CVSS
A vulnerabilidade recebeu pontuação CVSS 9.6, o que a classifica como crítica. Essa nota reflete fatores como alta complexidade de impacto, possibilidade de exploração remota, ausência de interação avançada do usuário e comprometimento completo da confidencialidade, integridade e disponibilidade do sistema afetado.
Além disso, a falha está associada a múltiplas categorias de fraquezas conhecidas, incluindo CWE-79 (Cross-Site Scripting), CWE-80 (Improper Neutralization of Script-Related HTML Tags) e CWE-94 (Improper Control of Code Generation).
Riscos para organizações e desenvolvedores
A exploração da CVE-2025-66481 pode permitir que invasores assumam controle total da aplicação DeepChat em execução, resultando em roubo de informações, execução de comandos arbitrários e possível comprometimento do ambiente corporativo. Em contextos onde o DeepChat é utilizado para lidar com dados sensíveis ou integrado a outros sistemas, o impacto pode se estender além da aplicação em si.
Organizações que utilizam soluções baseadas em Electron devem redobrar a atenção, já que a combinação de XSS com acesso a APIs nativas representa um vetor de ataque particularmente perigoso.
Recomendações de mitigação
Embora não exista correção oficial disponível, algumas medidas podem reduzir a superfície de ataque. É recomendado limitar ou desativar o processamento de conteúdos Mermaid sempre que possível, aplicar camadas adicionais de sanitização de HTML e restringir o acesso a funcionalidades sensíveis do Electron, como o ipcRenderer.
Também é fundamental monitorar os repositórios oficiais do projeto DeepChat e os avisos de segurança para identificar rapidamente quando uma atualização definitiva for disponibilizada.
Manter bibliotecas atualizadas, revisar mecanismos de sanitização e adotar práticas seguras no uso de frameworks baseados em Electron são passos essenciais para reduzir riscos e proteger aplicações modernas de IA.
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