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A CVE-2025-54100 destaca uma falha crítica no Windows PowerShell que chamou atenção do setor de segurança por permitir a execução de código malicioso devido à neutralização inadequada de elementos especiais em comandos.
Trata-se de uma vulnerabilidade de injeção de comando, classificada com CVSS 7.8, que afeta diretamente a integridade e a segurança de ambientes Windows.
O que é o Windows PowerShell e por que essa vulnerabilidade importa
O PowerShell é um dos componentes mais poderosos do ecossistema Microsoft. Ele atua como uma shell de automação e linguagem de script baseada em .NET, extremamente utilizada por administradores de sistemas para automatizar tarefas, gerenciar infraestrutura, executar auditorias e operar ambientes híbridos e de nuvem. Sua grande flexibilidade, que é justamente o que o torna tão útil, também faz com que qualquer falha nele tenha impacto potencialmente amplo.
A exploração de vulnerabilidades no PowerShell costuma ser especialmente crítica porque ele já opera de forma integrada ao sistema operacional, possui permissões elevadas em diversos cenários e serve como ferramenta nativa para agentes mal-intencionados que buscam persistência, movimentação lateral e execução de payloads.
Sobre a CVE-2025-54100: causa raiz e impacto
A falha está associada a um problema descrito na CWE-77 – Improper Neutralization of Special Elements used in a Command, ou seja, uma neutralização inadequada de caracteres especiais que deveriam ser sanitizados antes da execução. Isso abre espaço para injeção de comandos, permitindo que um invasor não autenticado execute código localmente.
Embora o ataque exija algum nível de interação ou vetor local, o impacto é significativo, pois pode resultar na execução arbitrária de scripts ou binários, escalando rapidamente para cenários de comprometimento mais amplo, dependendo da configuração do sistema e dos privilégios disponíveis.
Em ambientes corporativos onde o PowerShell é amplamente utilizado em pipelines de automação e integração, o risco é ainda maior, já que scripts automatizados podem acabar executando entradas manipuladas pelo atacante sem qualquer validação.
Produtos afetados e alcance da vulnerabilidade
A vulnerabilidade afeta diretamente o Windows PowerShell presente nas principais versões do Windows suportadas. O problema está associado ao mecanismo de interpretação de comandos e, portanto, se manifesta sempre que o PowerShell é utilizado para interpretar entrada dinâmica ou proveniente de usuários, serviços externos ou pipelines de automação.
Em versões atualizadas, a Microsoft introduziu novas verificações, logs ampliados e um comportamento mais restritivo na execução de comandos sensíveis, mas sistemas que permanecem sem atualização continuam vulneráveis.
Gravidade da CVE-2025-54100
A pontuação 7.8 é atribuída porque, embora o vetor de acesso seja local, o impacto da exploração é elevado. A execução de código não autorizado afeta diretamente a integridade e a disponibilidade do sistema, podendo ser explorada por invasores que já tenham conseguido algum tipo de acesso inicial, seja por phishing, credenciais vazadas ou outras vulnerabilidades. Além disso, o PowerShell oferece um ambiente rico para manipulação avançada do sistema, o que amplia o potencial destrutivo após a exploração.
Mitigações e correções liberadas pela Microsoft
A Microsoft já liberou correções de segurança como parte do Patch Tuesday de dezembro de 2025. As atualizações ajustam o comportamento interno do PowerShell, reforçam o tratamento de entradas e reduzem significativamente a superfície de ataque relacionada a injeção de comando. Administradores devem priorizar essas atualizações, especialmente em servidores e estações de trabalho que utilizam scripts automatizados ou que executam tarefas privilegiadas.
Além da aplicação de patches, medidas complementares incluem reforçar políticas de execução, habilitar logging avançado, utilizar o PowerShell em modo restrito quando possível e revisar scripts internos para garantir que entradas externas passem por validação adequada.
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